terça-feira, 17 de julho de 2012

ON THE ROAD



Na Estrada (On the Road), o mais recente filme do cineasta Walter Salles,  adaptação do romance homônimo do escritor  Jack Kerouac, celebra o aniversário da obra literária do ‘Rei dos Beats’ – essencial na  genealogia da geração Beatnik, e de toda a revolução da contracultura dos anos 60/70. A transgressora narrativa do livro é transliterada para as telas,  interpretando a iconografia da maior geração literária do séc. XX – transpondo para a película  o clássico livro – apelidado ‘Bíblia Hippie’’ na historicidade hodierna da contracultura americana, atestando  a amplitude avassaladora da sua grandeza para a Literatura Ianque  Pós – Guerra (...).

On the Road, livro lançado no ano de 1956 pelo então desconhecido escritor Jack Kerouac,  foi a matriz da  insurreição  literária -  analítica – filosófica sob a égide do subversivo séquito de escritores, poetas, músicos, pintores, dentre outros expoentes do então incipiente Movimento Beatnik -   confrontando  a vala – comum existencial vertida sob  a égide do American Way of Life – que se transmutaria em American Way of Death a posteriori... O Movimento Beat teve a sua gênese conceitual e orgânica nas estradas sinuosas e caóticas sedimentadas nas sediciosas sinapses de Jack ‘’On the Road’’ Kerouac e seu séquito transgressor, que nas décadas de 50/60, referendaram o sonho de novo mundo, uma nova realidade,   que sonharam criar através da  reengenharia da realidade na América Pós – Guerra  – almejando a alteração de estados de consciência então  preeminentes -  das mentes de uma sociedade que vislumbravam abduzida, alienada ao extremo... Kerouac e sua geração literária foram os matizes matriciais das visões existenciais viabilizadas sob um prisma jamais imaginado...

A cenografia conceitual eruptiva encravada em minha verve literária, surgiria após eu ler os livros On the Road e Dharma Bums, de Jack Kerouac, Howl, de Allen Ginsberg, além de  The Naked Lunch e Junkie, de William Burroughs... Tais  obras literárias foram o radicandos da revolução em minhas redes neurais, que já apresentavam um funcionamento peculiar, distinto dos ‘’normais’’ que me estigmatizam, agouram e amaldiçoam sempre que podem pelos guetos escuros de uma existência enigmática e demasiado complexa para que me atinjam alguma de suas inferências ou juízos de valor...

Ao meu modo de ver, o filme On the Road, de Walter Salles, está na árdua atribuição de agradar ao senso estético – moral – conceitual comum cristalizado na consciência social - cada vez menos analítica; cada vez mais enclausurada nos estereótipos mantrânicos hipermídia manifestos na morbidez do Mainstream... Sem experimentação – Are You Experienced? – como diria Jimi Hendrix, sem assentar alguma vivência real na estrada de On the Road, torna – se humanamente impossível processar a plenitude da obra literária mais emblemática e representativa da Contracultura, catalisando definitivamente o movimento de libertação da América Pós – Guerra nascida em meio às dúvidas, assombros e anseios da geração quase perdida de Jack Kerouac, Allen Ginsberg, William Burroughs, Neal Cassady, dentre outros que me outorgaram um sentimento de: não sou o único porra – louca inconsequente insano nesta dimensão... Como é bom este sentimento de descobrir pertencer a um séquito subversivo inteligível somente a poucos...

A Geração Beat foi uma simbiogênese entre  as inferências analíticas, literárias, filosóficas e artísticas com o estilo de vida errante, pernóstico, devasso,  cáotico e transgressor de seus autores, manifestadas nos mantras literários de seus signatários; nascida nas vidas nômades, errantes e anômalas de seus expoentes; agregando antinomia, transgressão e vaticínio em seus tomos de tergiversações textuais... Compêndios de almas atormentadas pela preeminência do vazio existencial de nossos limbos conceituais, que manifestamos o tempo todo em mosaicos infinitos de pressuposições e incertezas...
Agradeço a Jack Kerouac pela libertação conceitual – literária – filosófica; por mostrar ser passível de observação, experimentação e transposição literária cada evasão entrópica existencialista de minha existência...  Um cara que conheci de uma maneira tão surrealista quanto intensa; desvelada em cada linha não – linear de uma existência sempre  anárquica, caótica, imprevisível... Para assim, no benefício de toda este mergulho mental no caos da criação, regozijar raros momentos que fazem valer a pena cada viagem... Mesmo que seja aquela que não tenha volta, como a de muitos à minha volta... Obrigado Jack Kerouac, mentor libertário do seja e escreva como queira, sem subterfúgios, sem ardis, sem escapismos de você mesmo... Agora, só me restando ir ao cinema assistir a On the Road...

JOÃO OLMEDO

SEXTA - FEIRA 13 DE JULHO - DIA MUNDIAL DO ROCK




Rock’n Roll  teve sua vertente seminal embrionada pelo blues amaldiçoado de Robert Johnson no início do séc. XX, destilando a dose ofídica  que serviria de matriz sonora para a sua definitiva iniciação: o neófito demoníaco designado Rock’n Roll, já na década de 50 pelos acordes de Chuck Berry e Elvis Presley...

 A personificação da estereotipia rocker seria definitivamente levada às últimas consequências por caras como Jimi Hendrix e suas mentes encarnadas: anjos caídos, demônios enlevados, discípulos e apóstolos da apoteose rocker...  espécies de menires de religação com a realidade inteligível somente às mentes inconformadas, filosóficas e libertárias; Na eternal atribuição de desvelarmos o que viemos contemplar parcialmente, ou eternamente...  Idas e vindas do modo de ver de cada um, sendo o verdadeiro regozijo desta odisséia terrena almejando atmosferas celestiais e/ou infernais...

 Não poderia deixar de citar a absolutez cabalística aterradora da data de 13/07 último, simultaneamente uma SEXTA – FEIRA 13 – DIA MUNDIAL DO ROCK do apocalítico – místico – profético ANO DE  2012... Vivenciamos, de acordo com  meus parâmetros analíticos – filosóficos - culturais, uma das datas mais místicas de todos os tempos: uma autêntica simbiogênese sinérgica metafísica, para o deleite dos que acreditam em toda a mitologia nefasta reportando ao ano de 2012... Esperar pra ver...

 Os acordes, escalas, harmonias e licks do rock foram transpostos para a estruturação rítmica, os arranjos analíticos e improvisações diárias de minha existência – apercebendo – me do que para a maioria das pessoas é obscuro e ininteligível...  E para mim, tornou – se engraçado como estou externando toda esta rotina neural diária sem medo, receio, pois a lei do tempo e do caos está acelera a percepção e efemeridade de nossa existência de maneira exponencial, irrefreável...  E ultimamente, não tenho mais tempo de olhar para o lado e dar importância ao que vislumbrarei em termos de impressões a meu respeito...  Não perco mais tempo com isso...  E recomendo a todos que ajam da mesma maneira, usufruindo de sua liberdade de pensamento, ação, escolha e percepção... Que seja esta a ritualística regencial reverberando em nossa existência... LONG – LIVE ROCK’N ROLL!!!

JOÃO OLMEDO

TERGIVERSAÇÕES TEXTUAIS DA TERRA

Desço o Morro do Zimbros todas manhãs dos dias úteis – ou inúteis, a critério de cada – já iniciando o delinear de devaneios que servem de matriz conceitual para meus escritos...  

Espero sempre conseguir esta transposição, mesmo sabendo que serão uma ínfima parcela de minha índole filosófica e inquietude existencial – conseguimos transpor muito pouco na maioria das vezes, é algo muito difícil mesmo, diria até desgastante ao extremo, sem medo de errar ou parecer equivocado...

E vou seguindo a descida, bebendo da fonte de inspiração (ou piração) oferecida pelo vislumbrar das encostas no entorno da Baía de Porto Belo – em minha viagem vejo Montanhas Budas Abissais erigidas pela Gênese Geológica da Natureza – Mãe, Muralhas da Matriocracia de Gaia que subsumem em meu substrato sensorial a manifestação mais aproximada do que sempre vi como a Quintessência que almejo em sonhos tão vívidos e sublimes como o súbito despertar dos mecanismos maquinais de toda e qualquer manifestação da vida que venha a cruzar o meu caminho...  O que posso fazer se esta Onipotência sempre me fascinou muito mais do que Mundos Santos e Biomas Espirituais? Nada a fazer, somente ser eu mesmo diante desta complexidade caótica da diferença entre visões de realidade que me fascina a cada instante...

As cores da existência são lindas, a fotossíntese da quintessência me deslumbra a cada dia, onde amo e odeio cada vez mais intensamente, inspirando o regozijo narcotizante da inspiração, sendo meu oxigênio conceitual a piração...  E sigo andando, e esperando não estar sozinho nesta estrada...

Abra a mão, distenda a mesma ao máximo e terá a Quintessência - ela estará quantificada e qualificada em quem e o que conseguir alcançar, assistir e amar...



JOÃO OLMEDO